Para começar este não é um texto poético e meigo. É um texto
de desabafo. Meio revoltado, num estilo Tati Bernardi “ai, eu te amo, mas você não presta, não me quer e
é igual a todos os outros”. É que nós mulheres somos mesmo muito parecidas.
Resolvi escrever, porque volta e meia eu sinto vontade de te ver. Te ver passar
por ai com a tua beleza exuberante, só para escutar o teu "oi" tímido e ver teu
sorriso e dentes branquinhos. Teu sorriso é lindo, não sei se alguém já te
falou.
Sei lá se eu te gostei pouco ou gostei em demasia. Sei que
fiquei completamente doida, sem noção, completamente louca, perdida, rouca e oca. Porque
eu te queria mais que tudo e um pouco mais. Porque tua pela era boa de
tocar, teu perfume ficava em mim e me acompanhava pra qualquer lugar: lugares
físicos, reais, imaginários e até os que eu nunca conheci. E tu eras um cara
perfeito pra mim. Na minha cabeça louca, nas minhas ilusões de amor. Porém, só nos
pensamentos eras perfeito. Eles eram o único lugar seguro que havia pra nós.
Porque, na vida real, ouso dizer que você não leva vocação para o amor. Você é
mais defeituoso do que eu nesse aspecto. Tão lindo e tão duro. Sangue e corpo
quentes, fervendo. No entanto, as emoções são frias, rasas, vazias.
Eu já disse umas mil vezes que eu aceitei tuas desculpas e
eu realmente as aceitei. Mas o caminho que eu percorri para um dia poder te olhar
nos olhos sem te odiar e para poder ouvir falar teu nome sem me doer fonema
pronunciado foi duro demais. Tortuoso e doloroso. Muitas vezes meti os pés pelas mãos.
Troquei o certo pelo errado. Errei feio o caminho de volta, mas voltei. Voltei
pra dizer que ainda tens qualquer coisa que mexe forte comigo. Não sei o que é.
És de longe o tal príncipe encantado e, pra ser bem sincera, eu nem acredito e nem nunca
acreditei em contos de fada. Quem sabe eu até tenha acreditado, por um mísero segundo; quando te
conheci, não sei. Mas hoje sei que me tornei uma pessoa bem fria e calculista, quase oca e um pouco mais
louca.Cética no que diz respeito ao amor.
Nem sei porque estou aqui desabafando e amontoando
sentimentos num texto confuso, enredado, enrolado e..., e... umas outras coisas
que eu nem sei nomear. A culpa é tua por eu estar assim “romantically damaged”, por não acreditar em mais ninguém. Eu acreditei em ti. Uma vez. Duas vezes.
Talvez até eu poderia acreditar uma terceira vez. Mas daí eu lembro de todas as
vezes que você se atrasou. Também lembro de um “oi guria” tão frio. Lembro das
muitas mensagens e demonstrações de afeto que você não foi capaz de me dar.
Lembro de me culpar e achar que o problema era eu. Era a cor do meu cabelo? As
roupas que eu vestia? Era o tom da minha voz? Não sei.
Faltou um pouquinho de honestidade. Um pouquinho de carinho.
Uma palavra AMIGA. Veja bem: “amiga” não
me refiro a uma declaração de amor.
Então, eu lembro de como eu me sentia mal e sufocada quando você
do nada sumia e me deixava na periferia de tudo que eu sentia. De tudo que eu
planejava pro futuro, pro café da tarde, pro jantar... E eu lembro que eu senti
vontade de vomitar quando desci do teu carro.
Porque eu me esmerava pra te ver bem e pra mais que isso, pra que tu enxergasses que eu não apenas mais uma. Eu te queria bem, eu iria cuidar de ti , eu me
importava. Mas tuas palavras e atitudes sempre foram frias demais comigo. Duras
demais. “Às vezes pra se livrar de algo que faz mal pra você, você precisa
colocá-la pra fora. Às vezes pra melhorar, é necessário se livrar de toda
indigestão, toda porcaria, tudo aquilo que possa ter ocasionado mal-estar...
Você foi o meu mal-estar. Digo isso sem lágrimas.” Por isso eu estou vomitando
agora. Toda essa raiva. Toda essa dor. Pra ver se eu te esqueço de vez. Pra ver
se eu paro de pensar bobagem. Se eu paro de te querer.
E, ainda assim, eu sou capaz de te dizer “Obrigada”. Porque
graças a caras como você, hoje eu gosto e cuido muito mais de mim. E, se o problema fui eu, então
eu peço desculpas por não ser boa o bastante,
afinal você é “tão bonito” e inteligente e..., e... umas milhares de
outras coisas que você nem sequer deixou conhecer.
Andressa Gutierres
"Eu quero saber como
tirar você de mim. Eu que fiz tanto esforço para que você entrasse na minha
vida, para que a nossa história desse certo, agora só quero que você saia. Vai
e leva tudo que trouxe. Leve os seus beijos, seus abraços, seu cheiro, seus
gostos musicais, sua pretensão ridícula, seu sarcasmo, suas balas de hortelã,
seus cigarros, seu sotaque horrível, sua gentileza ocasional, sua mania de não
me olhar nos olhos. Leva, leva tudo: e não volta nunca mais."
( Noemyr Gonçalves)
Título: Mega Stock